terça-feira, 16 de outubro de 2012

Globalização das notícias é vista como caminho pelo diretor-executivo do New York Times

Além de se adaptar às novas ferramentas de internet, os veículos de comunicação têm como horizonte a globalização das notícias. O caminho é apontado pelo diretor-executivo do jornal norte-americando New York Times (NYT), Arthur Sulzberger Junior, uma das estrelas da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
"Embora ainda tenhamos bastante fé no jornal impresso, o futuro é digital e cada vez mais global", destacou Sulzberger, durante sua participação no evento, na tarde desta segunda-feira.
Na primeira visita ao País, ele anunciou que o jornal ganhará uma edição on-line em português destinada ao público brasileiro. "O Brasil é um dos principais centros de negócios do mundo, com sua cultura pungente e um povo com curiosidade intelectual", disse Sulzberger.
A nova edição on-line disponibilizará conteúdo do NTY traduzido para o português e também reportagens redigidas por jornalistas locais, que devem representar um terço do volume de informações.

A adaptação dos meios de comunicação às multimídias da internet - podcasts (arquivos em áudio digital), vídeos, gráficos e outros recursos audiovisuais - foi mais uma vez destacada na programação da SIP. "Estamos vivendo uma era que vai desenhar o futuro da comunicação", afirma Carlos Jornet, do jornal La Voz del Interior (Argentina).
No entanto, a preservação da alma do jornalismo é indicada como o norte do novo horizonte. "As multimídias são ferramentas que têm como papel facilitar a comunicação com a nova audiência. Comunicar o que é relevante para a sociedade continuará sendo o real sentido do jornalismo", ressalta Sandra Gonçalves, do jornal Gazeta do Povo (Curitiba).

Na cerimônia oficial de abertura da 68ª SIP, realizada nesta segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin classificou as iniciativas de criar mecanismos regulatórios das mídias como contrárias à democracia. 
"Creio que o populismo, com viés autoritário, representa hoje nas Américas a maior ameaça, não só à liberdade de imprensa e a sua raiz mais ampla, a liberdade de expressão", afirmou Alckmin em discurso. 
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também participou da solenidade. A SIP é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a defender a liberdade de expressão e de imprensa em todas as Américas. Sediada nos Estados Unidos, reúne mais de 1.300 empresas do setor. 
O jornal A Tribuna integra o comitê anfitrião da 68ª SIP. Participaram do evento o diretor-presidente do jornal A Tribuna, Marcos Clemente Santini, o diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, o diretor-superintendente do jornal, Roberto Antonio da Costa e o editor-chefe, Carlos Conde.
Os ex-presidentes do Brasil e do Peru, Fernando Henrique Cardoso e Alan Garcia, respectivamente, foram os convidados de honra para falar sobre a defesa da liberdade de imprensa nas Américas. "Estão inventando uma espécie de democracia autoritária: ganha pelo voto e governa atacando a oposição", disse FHC.
As discussões da SIP sobre ações contra a liberdade de imprensa e de expressão giram em torno dos governos argentino, venezuelano e equatoriano, que adotaram estratégias e posturas que cerceiam o exercício do jornalismo nos três países, conforme apontam relatórios da entidade. 
O ex-presidente peruano destacou que "o estatismo estatal resulta no ópio do povo". Ainda de acordo com Gacia, as ameaças são tão frequentes que "a liberdade de expressão agora é o termômetro para medir uma democracia".

Nesta edição, a SIP apresenta uma pesquisa exclusiva que mostra o que pensam os editores de jornais sobre a liberdade de imprensa no continente americano. O resultado do estudo corrobora o que a 68ª edição do evento apontou nos primeiros dias de debate: o exercício do jornalismo está sendo impedido em muitos países.

 Ass: Maria de Fátima.

1 comentário:

  1. Em relação aos agentes que ameaçam a atuação dos profissionais e veículos de comunicação,estão divididos em porcentagens ao poder legislativo.
    Entre os países mais ameaçados, os mais mencionados são todos da América Latina. A Venezuela lidera o ranking, seguida pela Argentina,e Cuba um atras do outro. Em seguida vem o Equador,a Bolívia e o México. Realmente são grande parte da América Latina que está afetada por porcentagens pela globalização.

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